Marco de uma nova era da cultura e da arquitetura de Belo Horizonte, o Cine Theatro Brasil foi inaugurado na Praça Sete no dia 14 de julho de 1932. Projetado pelo arquiteto Ângelo Alberto Murgel, as inspirações para a construção do edifício basearam-se na influência do estilo arquitetônico Art Déco, tornando-se o primeiro arranha-céu da capital mineira guiada pelo gênero artístico francês.
A composição do prédio caracterizava-se por linhas retas, formas retangulares, volumes geométricos bem definidos, pouca ornamentação, vitrais de ferro, vidro martelado e revestimento das fachadas em pó de pedra. A obra também ficoumarcada por ser a primeira a utilizar o concreto armado, importado da Inglaterra.
Na época de sua inauguração, o Cine Theatro Brasil foi considerado o maior cinema do país. A sala possuia capacidade para receber aproximadamente 2.500 espectadores. O espaço tinha o propósito de abranger as mais diversas formas de manifestações artísticas e culturais, como teatro, ópera, música e, principalmente, a sétima arte. Apontado como o prédio mais alto da cidade no início dos anos 1930, era comum pessoas pagarem ingresso para visitar o terraço do edifício, de onde avistava-se toda a Serra do Curral e boa parte do território belo-horizontino.
O interior do Cine Theatro Brasil resguardava atrações especiais à parte para o público. Por dentro, as luminárias, os ladrilhos hidráulicos, as escadas em mármore e as pinturas nas paredes em estilo Marajoara pintadas pelo artista italiano Angelo Biggi, representavam a modernidade e o luxo de uma cidade em plena ascensão moderna. Assim como hoje, quem passava pelo prédio à noite se encantava com os vitrais coloridos que alumbravam a cidade. Além de contemplar ambientes para apresentações e exibições artísticas, o projeto original do prédio contava com lojas, salas comerciais, escritórios e bares. O Cine Brasil foi pioneiro em mesclar atrações culturais com áreas de convivência e de outros serviços. Ali funcionou o tradicional Bar Brasil e o primeiro Restaurante Popular de Belo Horizonte, inaugurado em 1952, pelo então governador Juscelino Kubitschek.
Ao longo dos anos, o espaço também tornou-se célebre ponto de encontro da sociedade belo-horizontina e recebia nos foyers do prédio os tradicionais bailes de carnaval da cidade. Os foliões mineiros tinham destino certo nos dias carnavalescos embalados pelos sons das icônicas marchinhas, concursos de fantasias e decorações momescas que agitavam e enfeitavam o centro de Belo Horizonte. Com o Cine Brasil, a jovem capital de Minas ganhava um espaço pioneiro e revolucionário para o país e tornava-se referência nacional em estilo Art Déco. A construção do local abriu caminho para inúmeros monumentos e edificações notáveis em todo o Brasil. Em Belo Horizonte, alguns exemplos de inspirações do estilo arquitetônico são os edifícios Ibaté (na rua São Paulo), Capixaba (na rua Rio de Janeiro), o Centro dos Chauffeurs (na rua Acre) e as sedes da Prefeitura Municipal e dos Correios (na Avenida Afonso Pena).
O cinema na década de 1930 tornava-se um verdadeiro estilo de vida para a população brasileira. Com a chegada dos sucessos hollywoodianos ao país, a sétima arte exercia o poder de influenciar hábitos e propagar tendências. Ir ao cinema era uma forma de socialização e entretenimento para a população que descobria e se apaixonava por novas histórias, personagens e celebridades. Seguindo essa tendência, no dia 14 de julho de 1932, mais de 5 mil pessoas amontoavam-se na Praça Sete para a inauguração do maior cinema do país – o Cine Theatro Brasil. O filme norte-americano de comédia romântica Deliciosa (1931), dirigido por David Butler e protagonizado por Janet Gaynor e Raul Roulien – que esteve presente no evento de inauguração, foi a primeira exibição da grande tela do Cine Brasil.
Dividido em duas sessões, às exibições assinalaram o início de um tempo que
seria marcado de momentos ilustres nos encontros das avenidas Afonso Pena,
Amazonas e rua Carijós.
No dia 8 de outubro de 2013, Belo Horizonte estava em festa. Bem no coração da cidade, as luzes eram novamente acesas. A Praça Sete voltava a pulsar cultura e entretenimento. O Cine Theatro Brasil Vallourec era reaberto. Voltamos no tempo e chegamos em 1999, quando, dolorosamente, suas atividades foram encerradas. Mais uma viagem e estamos em 1932, quando as portas se abriram pela primeira vez, e esse era o edifício mais alto da capital mineira e o maior cinema do Brasil.
São tantos fatos, tantas memórias. Nada mais justo do que registrar tudo em um livro. Orgulhosamente, o Cine Theatro Brasil Vallourec lança a primeira edição do livro “Na cultura e na memória da cidade”. Deixamos aqui um convite para você fazer essa viagem no tempo e mergulhar em cada uma dessas páginas cheias de história. O livro está disponível logo abaixo, inclusive para download.
Você já esteve no Cine Theatro Brasil Vallourec? Ainda não? Pois se passou por aqui, provavelmente já admirou a beleza e o charme deste lugar. Não é à toa que o prédio, da década de 1930, é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Estadual e Municipal.
Ativo por quase 70 anos, foi fechado em 1999 devido à crise dos cinemas de rua, permanecendo assim por 14 anos. Em uma iniciativa da Fundação Sidertube, mantida pelo grupo Vallourec, o prédio foi adquirido em 2006, quando teve início um intenso processo de restauração que durou até 2013.
O grande desafio foi reconhecer a estrutura do imóvel, pois as plantas originais se perderam com o tempo. A fachada principal, por exemplo, foi reconstituída seguindo o projeto inicial, com revestimento em pó-de-pedra, três grandes vitrais com desenhos geométricos e quatro grandes lanternas em metal e vidro.
As tradicionais portas pantográficas também foram reconstruídas e possibilitam ao público admirar, mesmo da calçada, o hall de entrada, assim como acontecia na década de 1930. Para esse minucioso trabalho, a equipe contou com a ajuda de empresas locais e do exterior, como Estados Unidos e Panamá.
Construído originalmente sob uma resistente estrutura de concreto armado, o prédio recebeu uma nova sustentação, feita com tubos de aço produzidos pela Vallourec. O reforço possibilitou a construção de um novo pavimento, com fundação independente, acima do telhado original.
Todo trabalho de restauração revela alguns tesouros. E no Cine Theatro Brasil Vallourec não foi diferente. Nas escavações, foram encontradas a pedra fundamental da construção, de 1928, e uma caixa com moedas e outros objetos deixados pelos operários no primeiro dia de obras, assim como mandava a tradição da engenharia.
As frisas laterais do Grande Teatro, eliminadas em uma das reformas do espaço, também foram descobertas pelos arquitetos em fotografias antigas e reconstruídas semelhantes às originais.
Mas a maior surpresa da equipe se escondia por trás de cinco camadas de tinta: as pinturas originais nas paredes internas do Grande Teatro, em estilo Art Déco, assinadas pelo artista-plástico italiano Angelo Biggi. Em tons de marrom, as pinturas seguem o estilo marajoara com formas geométricas.
Na reforma foram investidos, ao todo, R$ 53 milhões, sendo 55% via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Vallourec e apoio da Usiminas e Banco Itaú, e 45% com recursos aportados exclusivamente pela Vallourec.
O Instituto Unimed-BH é uma associação sem fins lucrativos criada em 2003 e que desenvolve ações para ampliar o acesso à cultura, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, valorizar espaços públicos e o meio ambiente por meio do Programa de Responsabilidade Social Cooperativista da Unimed-BH. Mais ainda, fomenta a geração de empregos e renda em nossa cidade, além de viabilizar projetos socioculturais para a comunidade.
São iniciativas que fazem a diferença na vida das pessoas. Os projetos desenvolvidos dialogam com cinco linhas de atuação: Comunidade, Meio ambiente, Voluntariado, Adoção de Espaços Públicos e Cultura.
Instituição privada sem fins lucrativos, a Fundação Vallourec tem como objetivo promover a qualidade de vida dos empregados das empresas do Grupo Vallourec no Brasil e de seus dependentes, realizando programas de assistência à saúde, social, educação, esporte, lazer, cultura e arte.
Líder mundial em soluções tubulares premium, a Vallourec atende principalmente aos mercados de energia e outras aplicações industriais. São mais de 22.000 empregados e presença em mais de 20 países, oferecendo sempre soluções globais inovadoras.
No Brasil, sua capacidade de produção gira em torno de 550 mil toneladas de tubos de aço sem costura por ano. A empresa mantém desde a década de 1950, em Belo Horizonte, sua planta siderúrgica, a Usina Barreiro, localizada em uma área de 2,5 milhões de m².
Entidade criada com objetivo de gerir e manter os espaços do Cine Theatro Brasil Vallourec. É constituída pelas seguintes associadas: Vallourec Soluções Tubulares do Brasil (VSB); Vallourec unidade Florestal; Vallourec unidade Mineração; Fundação Sidertube; Lavor; Coovall.
AV. AMAZONAS, 315 – CENTRO – BH / MG – CEP: 30.180-000 – TEL.: (31) 3201-5211 – E-MAIL: CONTATO@CINETHEATROBRASIL.COM.BR
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