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EVENTO CANCELADO

Aline Calixto apresenta seu quarto disco, Serpente.

A cantora carioca radicada em Belo Horizonte Aline Calixto apresenta, no próximo dia 21 de setembro, seu quarto disco de carreira, Serpente, com direção musicalde Domenico Lancelotti e distribuição pelo selo LAB 344. Serpente é umdisco autoral e autobiográfico. “O tema gira em torno dos relacionamentos que vivi e como encarei as decepções, desilusões, relações abusivas, machismo, amores unilaterais, bem, é um disco que me fez sofrer, refletire seguir em frente. Me mostrou que o amor por vezes é feio, orgulhoso, mesquinho, egoísta, possessivo, mas também libertador, construtivo, intenso e avassalador”, explica a cantora.
O disco reflete coisas muito íntimas que Aline vivenciou. Os arranjos com harpa e guitarra foram executados por Cristina Braga (harpa) e Pedro Sá (guitarra), combateria eletrônica ao vivo comandada pelo diretor musical Domenico Lancelotti. “Em uma semana, gravamos o disco todo, é um disco
sem overdub. É um disco bem cru, do momento”, conta o produtor Domenico Lancelotti.
“As músicas são quase todas endereçadas a alguém específico. Não há explicitamente nomes, porém,carapuças servirão a torto e a direito. Foi uma
sensação maravilhosa me desgarrar de todas essas histórias e deixá-las livres, elas fazem parte do que hoje eu sou. Sofrer por amor é um fardo
muito pesado. Se livrar desse peso é muito bom, se permitir amar novamente, melhor ainda”, analisa Aline Calixto. “Acredito que muita
gente vai se identificar com uma ou outra história narrada no disco”, avalia.
Em todas as etapas da produção de Serpente, Aline teve o cuidado de manter uma equipe paritária, algo que não aconteceu em seus trabalhos anteriores.
“Falar de igualdade de gênero na teoria é muito importante, mas é necessário colocar em prática o discurso, só assim começaremos a evoluir para uma
sociedade onde mulheres desfrutarão e terão acesso aos mesmos direitos e remunerações que os homens”, sentencia.

“Toda canção surge além do som, no campo do silêncio onde se pode cantá-la. Hoje, ouvimos tão mal. Sujeitos de uma audição abandonada, vivemos uma relação tantas vezes banalizada com a música. Ouvir Aline Calixto é um cuidado na contramão dos hábitos adoecidos aos quais deixamos nossa
sensibilidade musical. Para quem ama música, Aline Calixto está no campo da cura. Prazer maior é ouvi-la.”, analisa a filófofa, escritora, crítica literária e
artista Marcia Tiburi.

“Mesmo que o tiro tenha sido dado sem intenção / rasgou a carne e atingiu o coração”, diz trecho da letra da música que abre o álbum, O Tiro, lançada como single antes de o disco ser tornado público. “Muitas vezes, a nossa percepção de relação é completamente diferente da outra parte envolvida, principalmente quando é uma paixão recente. Em O Tiro, fui golpeada pela frente, porque a outra pessoa não havia mensurado o tamanho do meu envolvimento.
Simplesmente me fez ver e ouvir coisas que eu não esperava. Nem sempre a melhor solução é matar de vez o sentimento. É preciso entender o porquê
das atitudes, e entender não quer dizer esquecer. Cicatrizes existem pra nos lembrar que naquele lugar já houve dor”, analisa Aline sobre a faixa feita
em parceria com Thiago Paschoa, um ex-namorado com o qual mantém uma relação de amizade até hoje.

Aline fala sobre traições em Colapso, parceria dela com o historiador e grande amigo Juliano Buteco. “Existem traições que dificilmente poderão ser
esquecidas. Acredito que podemos fazer o que quisermos, mas é necessário um combinado, antes de mais nada. As pessoas precisam ter o direito de escolher se querem uma relação,monogâmica, poligâmica, ou até mesmo se não querem saber o que rola “fora da relação”. O amor não curte ser enganado.”, analisa. Em Sentimento Errado, ela fala sobre o fim de um relacionamento. “Quando uma relação acaba, muitas vezes é triste chegar a
essa constatação. Afinal de contas, se já terminou, não há nada o que fazer. Insistir num sentimento errado só vai piorar qualquer situação. É importante saber a hora de sair”, analisa. Essa é a estreia de uma parceria com um artista que Aline nutre grande admiração e carinho há tempos, Moacyr
Luz.

Em O oposto, parceira dela com Marcos Frederico, Aline reflete sobre o ciúmes. “Um homem que não dá conta de ver sua companheira crescer no
trabalho, que critica seu corpo (tentando “docilmente” te encaixar nos padrões de beleza vigente), que palpita na sua forma de vestir, que sente sua
“virilidade” ferida quando a parceira sugere algo diferente no sexo é tenso.
Difícil se relacionar com homens que transferem suas inseguranças e medos para nós, e o “melhor”, não se identificam como machistas”, diz a
cantora. Revival, parceria dela com Gabriel Moura, é uma canção sobre amores canalhas. “Existem aos montes. Gente que não consegue ser verdadeira, que sente prazer emmentir, dissimular, encenar. Não pensam duas vezes para tomar uma decisão que agrade apenas a si mesmo. Entram em nossas vidas, promovem uma bagunça, destroem tudo e depois seguem em frente sem olhar pra trás. No fundo elas sofrem, porque não existe final feliz, o que as aguarda é apenas a solidão”, sentencia.
Serpente fala sobre o machismo nos relacionamentos. “O amor não é uma arma, não deveria ameaçar, prender, culpar. Boa parte dos relacionamentos
carregam um machismo tão entranhado que nós mulheres nos deixamos levar. Eva fez uma escolha, e se Adão também resolveu comer a maçã, o problema é dele, não dela. Os homens precisam parar de jogar sobre as nossas costas suas frustrações, aprender a lidar com seus problemas, culpar a si mesmos por não darem conta de conviver com igualdade, respeito e dignidade ao lado de nós, mulheres. Homens, melhorem.”, avisa a cantora.

Brilho Perdido fala sobre quando o amor acaba apenas para uma das partes. “Se a tempestade vem e não temos um guarda-chuva não há o que
fazer apenas aceitar que você se molhará e pronto. Mas aceitar é difícil quando a chama do amor ainda tá queimando no peito”, diz Aline. Quem assina com ela a parceria na faixa é Mauro Rodrigues, grande músico e professor, referência para toda uma geração de músicos mineiros.
Sentir, parceria dela com o músico Lucas Avelar, reflete sobre expectativas diante de um relacionamento. “A mim, faltava a paciência pra entender o que eu realmente queria e o que o outro queria. Expectativa demais versus retorno de menos. A gente precisa olhar pra dentro, entender o que queremos de
verdade e buscar trocar esse afeto com quem queira estabelecer esse mesmo diálogo”, reflete. C’est avec vous é a única música em língua estrangeira
presente no disco, feita em parceria com seu companheiro, o ator e enólogo Benjamin Lelaidier. “Ela celebra o amor, que rompe todos os tipos de
barreiras, que vai além. Que é possível construir um sentimento juntos, deixandoa paixão entrar, pousar e durar. Amores são possíveis, se permitir vivê-los é uma escolha”, decreta..
É amor encerra o disco, e é uma parceria de Aline com uma grande artista do Vale do Jequitinhonha, Déa Trancoso. “A tentativa de seguir em frente por
si só já é um ato de amor consigo. Quando a gente permite nos amar de verdade fica mais fácil enxergar o amor no outro. Quando sublimei o
sofrimento e me permiti enxergar as coisas como ele são, sem dar tanta ênfase ao sofrimento, encontrei um lugar melhor, onde a visão é menos turva. O
mundo será um lugar mais tolerável quando conseguirmos amar sem temer, sem julgamentos. O amor vive no nosso olhar sobre as coisas.”, encerra.
Mais sobre Aline CalixtoAline Calixto, carioca que se mudou para Minas Gerais ainda criança, lançou seu primeiro disco em 2009 (Warner Music) e, desde então, chama a atenção do público e da mídia especializada. Logo no álbum de estreia, intitulado Aline Calixto, a artista ganhou o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) na categoria ‘melhor disco do ano’, além de concorrer ao PMB (Prêmio da Música Brasileira) nas categorias‘melhor cantora de samba’ e ‘melhor cantora voto popular’. Em 2011, é novamente indicada ao PMB na categoria ‘melhor cantora de samba’ com seu segundo álbum, Flor Morena (Warner Music), além de ganhar notoriedade nacional quando a música que batiza o disco entra na trilha sonora da novela das 21h (Fina Estampa/TV Globo). Em 2014, estreou seu bloco de carnaval Bloco da Calixto, que, em 2016, arrastou cerca de 80 mil pessoas pelas ruas da capital mineira.
Aline Calixto participou de vários projetos especiais, com destaque para: CD e DVD Sambabook Dona Ivone Lara, CD e DVD Samba Social Clube, CD
“Martinho da Vila Canta Noel”. Já dividiu palco com artistas das mais variadas gerações e estilos, como Milton Nascimento, João Donato,
Casuarina, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Ivete Sangalo, Gilberto Gil, Toninho Horta eVelha Guarda da Portela, entre outros. Também participou
de vários programas de TV, comoEncontro com Fátima Bernardes, Bem Amigos,Vídeo Show, Ensaio, Jô Soares, Hebe Camargo, Todo Seu com
Ronie Von, Afinando a língua, Estúdio I.
Já se apresentou em várias cidades de todo o Brasil. Realizou turnês internacionais para Austrália, França,Espanha, Portugal e Argentina e,
recentemente, Itália.
Desde fevereiro de 2016 Aline produz e apresenta o programa Papo de Samba, na rádio Inconfidência 100,9 FM. Nele, ela explora todo o universo
musical do gênero, dá dicas de leitura e também realiza entrevistas.
A sambista lançou em 2015 seu terceiro trabalho, Meu Ziriguidum (independente). O CD tem onze faixas com produção assinada por Paulão 7
Cordas e Thiago Delegado e as participações especiais de Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e do rapper paulistanoEmicida, que faz um dueto
com Aline na releitura do clássico imortalizado por Clara Nunes, Conto de Areia. Paralelo à sua carreira artística, ela apresenta, todos os domingos, o
programa “Papo de Samba”, idealizado por ela em parceria com a Rádio Inconfidência em Belo Horizonte.

Para saber mais:
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